O que é?
Conjunto de ritos e mitos que explicam a origem do mundo, do Japão e da família imperial japonesa. Os protagonistas desses mitos eram os Kamis, segundo ensinam, eram deuses ou energias divinas que habitam todas as coisas e sucedem-se por gerações, desde a criação do mundo. Recebeu o nome de Xintoísmo (caminho dos deuses) para distinguir-se do Budismo e do Confucionismo.
Xintoismo...
O termo xinto, quer dizer "caminhos dos deuses". O xintoísmo é a religião nacional do Japão, que se constitui de crenças e práticas religiosas. Ao contrário da maior parte das crenças actuais, xintoísmo não possui um fundador específico como; livro sagrado, dogmas (ponto fundamental e indiscutível de uma crença religiosa) ou código moral.
A tradição do xintoísmo foi criado antes do budismo e ganhou força no Japão no século VI.
90% da população japonesa é xintoísta e 3 milhões de pessoas praticam o Xintoísmo tradicional.
O número de santuários por todo o país é grandíssimo. Desde um jardim, um templo, uma gruta e até em casa, as pessoas constroem santuários para as divindades. Os seguidores fazem orações e oferecem sacrifícios de bolos e flores aos Kamis. Em certas ocasiões, os sacerdotes realizam rituais de purificação e renovação chamado de matsuri.
O culto xintoísta é realizado no templo dos Kamis locais, feito de madeira e, segundo a tradição, reconstruído a cada vinte anos. Nas festas religiosas, uma estátua do Kami ou um emblema que o simboliza é transportado pelas ruas em um andor, chamado de mikoshi. O símbolo do Xintoísmo é um porta de madeira, chamada de Tori. Todas as entradas dos santuários xintoístas possuem este Tori, que consiste de duas colunas ligadas por duas vigas. As colunas reprentam os alicerces que sustentam o céu, enquanto as vigas simbolizam a terra.
Existem muitos santuários xintoístas no Japão mas o Itsukushima Jinja é universalmente reconhecido como um dos mais belos e bem conservados e constitui o melhor exemplo de arquitectura tradicional e valiosa técnica artística, integrada numa paisagem natural extraordinária.
Uma vez que o ltsukushima-jinja se encontra construído sobre o mar sofreu danos frequentes ao longo dos tempos, especialmente o grande Torii, que sofreu múltiplas reconstruções, a última das quais em 1875.
Fig. 1 - itsukama-jinja
Fig. 2 - Tori
História do Xintoísmo
Segundo os mitos do Xintoísmo, os deuses criaram o Japão e o seu povo. Até os meados do século XIX, os japoneses adoravam o imperador, como um descendente directo de Amaterasu-Omikami, a deusa do sol e mais importante natureza divina da religião. E em 1868, o governo japonês, instituiu o Xintoísmo como religião oficial do país. Porém, depois da derrota japonesa na II Guerra Mundial (1939-1945), o imperador Hiroíto renunciou ao caráter divino atribuído à realeza, e a nova constituição do país passou a defender a liberdade de religião.
Fig. 3 - Deusa do Sol, Amaterasu-Omikami
Finalidade do culto xintoísta
Através de vários elementos, os fiéis podem estabelecer relação com os kami, relação muitas vezes de carácter filial, em que uma divindade é tutelar de dada região ou localidade. Os "paroquianos" estabelecem especial ligação com esse kami, que os atende e protege, nos mais variados acontecimentos da sua vida.
Organização sacerdotal
Os santuários têm ao seu serviço um número variável de sacerdotes, que neles dirigem os ofícios de vários modos. São designados por kannushi, que significa "pessoa que pertence ao kami". A sua principal função é a de servir e adorar os kami e servir como um elo entre eles.
Não costumam falar em público mas hoje em dia, porém, os sacerdotes pregadores começam a ser estimados. Não são considerados como chefes ou guias espirituais, mas sim como oficiantes de actos de culto, a pedido dos fiéis e em seu benefício.
O sacerdócio xintoísta é aberto às mulheres. As sacerdotisas têm mesmo tendência a aumentar, até mesmo algumas à frente de grandes templos. O sacerdócio feminino desenvolveu-se no Japão após a 2ª Guerra Mundial. Para além de sacerdotisas, as mulheres podem ainda ser mikos. Uma miko é uma virgem que leva uma vida conventual, ajudando os sacerdotes a executar os ritos nos templos e executando as danças sagradas. Exercem estas funções durante cinco a dez anos.
Os sacerdotes repartem-se por várias categorias. A mais elevada é a de Princesa consagrada ao kami, uma princesa virgem da família imperial. Actualmente, só existe uma, no santuário de Ise. Em seguida, temos o Grande Sacerdote, à frente de cada santuário, e depois o restante clero, que se reparte por funções diferenciadas.
Presentemente a formação de um sacerdote xintoísta é garantida pela frequência de um curso nas Universidades de Kokugakuim e na Universidade de Kogakkan.
Os sacerdotes, uma vez consagrados, mantêm as suas funções habitualmente toda a vida, mesmo não sendo obrigados a exercê-las.
Moram fora do santuário, com exceção do Grande Sacerdote. Os sacerdotes xintoístas podem casar e fundar uma família, o que geralmente fazem.
As roupas deles apresentam uma grande beleza artística, de raízes nos séculos passados, mas só são utilizadas nos santuários e em ocasiões especiais na rua. A arte do vestuário para o culto fica completa com um toucado especial e sapatos próprios. Sobre a testa de um "Yamabushi", coloca-se uma pequena caixa preta chamada "tokin", que é amarrada à sua cabeça com um cordão preto. Durante as cerimónias, os sacerdotes costumam trazer também uma espécie de ceptro de madeira, que tem um significado purificador, mas sobre o qual não recai qualquer tipo de veneração.
Fora das funções rituais, os sacerdotes não usam qualquer tipo de sinal exterior, que os distinga dos outros.
Um comentário:
gostei do trabalho, muito bem pesquisado, para uma 8ª serie está execelente. Nota 10.
PS. sou preofessora de ensino Religioso , também de 8ª serie
Bjs.
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