Era antiga
O relevo acidentado e variado dividiu o Japão desde o início em numerosas pequenas localidades, com dialectos e características próprias. Por volta de 250 d.C., cavaleiros vindos da Mongólia invadiram o Japão, e não demoraram a assumir o controle do país, tornando-se então a aristocracia.
Descendente dessa família, Jimmu Tenno foi o lendário primeiro imperador do Japão. Estabeleceu a dinastia Yamato e, gradualmente, reuniu todas as pequenas localidades em um único Estado.
A classe dominante japonesa do início do Estado Yamato era composta por clãs proprietários de terras, chamados de uji. Cada uji era formado por descendentes de um ancestral comum, e reunia uma população trabalhadora constituída por diversos grupos profissionais, especializados em determinadas tarefas. Cada grupo profissional recebe o nome de "be".
Os uji lutavam entre si e faziam alianças mediante casamentos, ao que tudo indica. Recebiam títulos, de acordo com sua função no estado Yamato, chamados de kabane.
O príncipe Shotoku Taishi, que governava por sua tia, Imperatriz Suiko, restringiu o poder dos grandes ujis e decretou uma série de normas no ano de 604. Trata-se da primeira constituição do Japão, composta por 17 artigos, com o objectivo de fortalecer a unificação do Estado.
Com a morte de Shotoku, em 622, tem início um período de guerras civis. Os conflitos terminam em 645, com a aniquilação do poderoso clã Soga pelos seus adversários.
A organização centralizada do estado, proposta por Shotoku, reflete-se novamente na chamada reforma Taika, de 645, empreendida pelo imperador Kotoku. Estabeleceu-se o sistema de governo então vigente na China - dinastia dos Tang: todas as terras e a população ficaram sujeitas ao governo central, e os camponeses, obrigados a pagar impostos.
PERÍODO NARA
(710-787) d.C.
Esse período caracteriza-se sobretudo pela grande influência civilizadora da China, e marca o auge do poder do estado burocrático. No ano 710, os japoneses construíram uma nova cidade; uma cópia de Changan, a capital da dinastia chinesa de Tang. A capital imperial transferiu-se de Asuka para a Nara, a nova cidade.
Devido ao apoio do governo e do imperador Shomu, o Budismo prosperou e a cultura chinesa difundiu-se e foi amplamente assimilada pelos japoneses. A escrita chinesa (kanji) foi adaptada à língua nipónica, e já era muito usada. Muitos templos foram construídos nessa época; verdadeiros exemplos da bela arquitectura e do estilo refinado oriental. A arte estava em evidência, assim como a literatura.
O regime uji-kabane (de clãs e grandes proprietários) entra em decadência, e em seu lugar estabelece-se o regime Ritsuriô, uma cópia do regime político chinês.
PERÍODO HEIAN
(794-1192)
Devido à crescente influência dos monges budistas no governo, o imperador Kammu resolve romper de vez os laços entre o governo e o Budismo. A capital é transferida novamente, de Nara para Heian, que posteriormente vem a ser chamada de Kyoto.
Durante esse período, o país atravessa um período de longa paz. Com excepção da região de Honshu, ainda não pacificada, praticamente não existia a necessidade de força militar para o estabelecimento da ordem. Enquanto isso, o Budismo difunde-se aos poucos, na sua forma mais esotérica, conquistando também a classe dos aristocratas.
Sob o comando do clã Fujiwara, durante o século X, a cultura nativa do Japão experimenta um rápido desenvolvimento. É criado o sistema silabário de escrita japonês (kana), composto por 46 signos básicos. Assim, os japoneses não necessitariam mais do complexo sistema de escrita chinês, criando uma literatura ágil e original. Escrito por Murasaki Shikibu nesse período, O Conto de Genji (Genji Monogatari) é considerado a primeira novela do mundo.
Já na metade desse período, a administração local torna-se cada vez mais difícil, devido ao descaso dos nobres da corte pelas províncias e assuntos administrativos
No ano de 939, Taira Masakado, líder guerreiro e chefe do clã dos Taira, havia conquistado à força oito províncias e se proclamado o novo imperador do Japão. Para deter a revolta do clã dos Taira, a corte envia o general Fujiwara Tadafumi no comando de um poderoso exército. Entretanto, ele é morto e suas forças sofrem severas baixas, devido à simpatia dos líderes locais pela actuação dos Taira.
Paralelamente a tudo isso, ascendia também o clã dos Minamoto, descendente de certa linhagem imperial, promovendo campanhas de conquista no norte de Honshu.
Entre os séculos XI e XII, deram-se sucessivos confrontos armados entre os séculos, quando a figura do samurai passa a desempenhar importante papel na história do Japão.
Nos distúrbios de Hogen (1156) e Heiji (1159), os Taira vencem os Minamoto e conquistam o poder, sob o comando de Taira Kiyomori. Kiyomori foi o primeiro samurai a ocupar posição de liderança no governo.
Praticando atrocidades e abusando do poder, o governo Taira logo se tornou odiado por todos. Assim, seu domínio não durou mais do que duas décadas, período em que o clã Minamoto se recuperava e juntava forças, até a última guerra civil do período, que durou cinco anos e terminou com a famosa batalha naval de Dannou, no ano 1185. Nesse choque, o clã Taira é derrotado, e morrem todos os seus principais líderes. Sobe ao poder Minamoto Yoritomo, marcando o final do período.
Bibliografia: http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/japao/